Imagens, Cores & Pensamentos

domingo, 15 de agosto de 2010

Saúde mental


... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o rock pode ser tomado à vontade.Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.
Rubem Alves
Leia o texto na íntegra em Escritos de Outros

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando a boca se cala...o corpo fala

Prestem atenção neste alerta colocado na porta de um espaço
terapêutico.
Muitas vezes

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
E as tuas dores caladas ? como elas falam no teu corpo ?
Mas cuidado....escolha o que falar, com quem, onde, quando e como !!!
Crianças é que contam tudo , para todos, a qualquer hora, de qualquer forma.
Passar relatório é ingenuidade.
Escolha alguém que possa te ajudar a organizar as idéias, harmonizar as sensações e recuperar a alegria.
Todos precisam saudavelmente de um ouvinte interessado.
Mas tudo depende, principalmente , do nosso esforço pessoal para fazer acontecer as mudanças na nossa vida !!!





domingo, 1 de agosto de 2010

Meus Quinze Anos.


Se alguém me dissesse hoje que poderia escolher uma época para voltar a viver, com certeza eu voltaria para 1968, ano em que completei meus quinze anos. Quinze anos, Ah, os quinze anos! Com quinze anos, as moças da época eram apresentadas a sociedade em bailes de debutantes que dariam assunto para um livro se cada uma de nos contasse com detalhes o seu. Era um momento mágico em que a menina deixava os sapatinhos baixos e as meias soquetes para usar o primeiro sapato de salto e meias de seda e os meninos abandonavam as calças curtas. O meu primeiro salto tinha 7 centímetros de altura e uma pontinha de metal que garantiam o barulho mais cobiçado da época. Toc, Toc, Toc, lá ia Eu toda, toda em meu chanel de verniz branco e laçinho no peito do pé. Para cada par de sapatos, era necessária uma bolsa igual, no mesmo tom, por isso as fabricas já faziam conjuntos para não ter terror. Preto com preto, branco com branco, amarelo com amarelo enfim, todas as cores do arco Íris, enfeitavam nossos pés e carregavam nossos badulaques. Havia um grande mistério em relação do que havia dentro da bolsa de uma “mulher”. Pense em algo, na bolsa tinha! Batom, sombra, delineador, rímel, lenço, pente, bala de hortelã (importantíssimo, nunca se sabe quando se vai beijar alguém)Etc...Etc. Este foi um ano memorável, fui a pelo menos quatro bailes de quinze anos além do meu é claro com tudo que tinha direito e até beijo roubado (na boca) do moço (ai, ai!) que dançou a valsa comigo. Estava eu recebendo meus convidados, no saguão do buffet Freire cujo dono era muito amigo de Doutor Avô, cercada por minha amiga índia e a melhor amiga uma de cada lado quando Ele chegou, lindo de smokink e trazendo uma orquídea lilás (minha flor predileta) que se perdeu sequinha dentro de um livro, mais tarde doado para uma biblioteca.

Leia o texto na íntegra na pagina de Escritos