Imagens, Cores & Pensamentos

Escritos

“A felicidade não está em viver,
mas em saber viver.
Não vive mais o que mais vive,
mas o que vive melhor.”

Gandhi



        Meu nome é Euzinha da Silva Sauro, tenho enta e uns anos, mas ninguém diz. Tenho cabelos da cor da terra, olhos da cor do tempo, tenho a estatura exata e as medidas certas. Sou mulher e gosto de ser mulher. Sou fisicamente bonita pois com meus antecedentes genéticos seria impossível ser feia e gosto do que vejo no espelho. Sou educada, mas também sei descer o morro se for necessário, sabendo me comportar conforme a ocasião, seja num banquete, com a Rainha, cheio de copos e talheres ou em casa do mais humilde amigo para comer puco-puco de feijão, bem amassadinho com a mão e sentada no chão, é claro! O pai dos meus filhos costumava dizer que com a mesma postura que eu entro em um Mercedes, azul marinho de estofamento branco (meu sonho de consumo), eu entro em um Fusca. Isso por que o tipo de carro não muda minha maneira de ser. Eu sou Eu, em qualquer lugar e a qualquer hora. Sou elegante e clássica, procuro ter boa postura quando a coluna colabora e sei como usar uma ècharpe, uma flor, um broche para dar aquele charme e garantir alguns elogios que fazem bem para o ego de qualquer mortal. Procuro ser feminina e acho fundamental que a mulher seja diferente do homem, que cada um tenha o seu papel na humanidade e seu propósito de existência. Penso que homens e mulheres são iguais no que diz respeito a inteligência e tem os mesmos direitos relativos a educação, trabalho e salário. Gosto de ser independente financeiramente, sem competir com quem quer que seja, procurando respeitar sempre o espaço e direito alheio de fazer o que quiser, desde que não seja uma grande besteira que possa vir a prejudicar alguém. Sou inteligente, tudo que diz respeito ao social, emocional e espiritual me interessa. Gosto de ler e estou sempre em busca de novos conhecimentos. Sou alegre gosto de brincar, acho que a vida pode ser vivida com bastante humor, porem quando é preciso chorar...Chorar faz parte da vida do Homem que tem coragem de se expor. Não abro mão de sonhar porque acho que é do ideal que o real acontece e, preciso perseverar mais para não deixar as coisas pela metade como as línguas que quase falo e o ballet que não danço. Acredito em Deus, mas detesto fanatismo. Não gosto de rotina; acho possível dar um toque diferente as coisas simples do dia a dia. Prefiro agradecer o que tenho que ficar lamentando que não tenho e partilho com todos o que sei. Fiz duas faculdades e escolhi como carreira aquela de que mais gosto porque acho fundamental. Trabalho na área da Educação que é muito legal e ainda bem que gosto de escrever porque minha terapeuta, Adenóide Freudjung vai me passar um monte de lições de casa que podem, quem sabe, virar um livro um dia.


“Uma geração constrói uma estrada
por onde outra trafega”


Eleanor Roosevelt




Sou fruto de um casal perfeito, que viveu uma vida perfeita, pelo pequeno espaço de três anos. Meu pai, o velho soldado, era um galã de fazer Rock Hudson babar de inveja, cresceu junto com minha mãe linda, inteligente, educada, culta etc, etc,etc fazia os homens suspirarem, só de ouvir seu nome. Eles eram primos irmãos e como tal viviam para cima e para baixo, em turma, pelos bailes da vida até que em um, na casa de uma inha da época, depois de um tic to tic embalado por Nat King Cole, ela disse para meu pai: “- É, agora só casando”.Foi um rebuliço, meu pai tomou um porre, levou uma bronca de minha avó que o jogou na banheira de água fria para acalmar os ânimos. Meu avô ligou para o cunhado para dar a boa notícia e ouviu um solene “- mas como, são primos!” Porém, depois de muita água com açúcar, começaram os preparativos para a cerimônia. Uma profusão de organdi, tule e renda tomaram conta da casa de minha avó, mãe de minha mãe que com a habilidade de um grande costureiro, deu vida ao vestido da noiva, da dama e o dela. Assim, num dia chuvoso de mil novecentos e qualquer coisa, meus pais se uniram em matrimônio com as bênçãos dos céus e do padre, com toda a pompa e circunstância, espadas cruzadas, muito arroz e lágrimas que fariam Lady Di, parar para pensar. Começou então a lua de mel que foi brutalmente interrompida com o falecimento da esposa, de uma doença desconhecida, três anos depois, o nascimento de uma linda menina, Euzinha da Silva Sauro, a seu dispor. Daí, o fato de que daqui para frente, todas as vezes que eu me referir a minha mãe, estarei falando da mãe que conheci, minha avó materna que me criou e tem uma parte da culpa por eu ser o que sou hoje. Outro culpado foi meu avô materno, um homem sisudo e austero, honesto de dar dó e de uma pontualidade de deixar um inglês irritado. Tabelião, tinha uma vida muito boa, porém não chegou a ficar rico. O leão vivia de olho porque era tudo muito certinho e correto para desespero do fisco. Comigo, porém era um babão, me chamava de “essa gata”, quando estava tudo bem e de “macaca”, quando tinha alguma coisa errada. Foi um sufoco convencê-lo a usar camisa de manga curta e colarinho aberto mesmo debaixo do sol escaldante do Rio de Janeiro, onde sempre passávamos as férias, em casa de meu tio (- um quase pai! Dizia minha mãe) e que eu achava muito chato(Todos dizem que era ciúme...coisa de menina mimada!). Milico, herói da segunda guerra, tinha uma veia no pescoço que quando se irritava parecia que ia explodir. Casou – se por procuração com uma também prima, bibliotecária, porém longe. Terminando assim as apresentações da família imediata.


“Eduquem os meninos para não ser preciso castigar os homens”

Pitágoras

         Euzinha, nasci em berço quase de ouro em uma atmosfera de muito medo e apreensão já que antes de mim, minha Mãe da Silva Sauro, havia perdido involuntariamente três rebentos que poderiam ter infernizado minha vida, até que todos chegassem a idade da razão e vissem quanto é, até bom ter irmãos de vez em quando. Eu, porém um exemplar legitimo do signo de touro no que diz respeito a teimosia, vinguei e como me contaram, não queria sair do útero materno (lá é tão quentinho...tão gostoso...)e o parto teve que ser de fórceps. Não contentes com isso, me levaram para o berçário onde fiquei até que uma senhora muito simpática e apreensiva me carregou consigo para meu primeiro lar. Se eu disser que me lembro dele estou mentindo, porem remexendo no velho baú, existe uma vaga lembrança de um sobrado com um corrimão ótimo para se escorregar o que sei que fiz alguns anos depois. Pois é, aquela senhora, que me levou consigo, era minha Avó dos Anzóis Carapuça, casada com o Doutor Avô dos Anzóis Carapuça e que daqui para frente será chamada de mãe, porque foi a que conheci. Apesar da minha presença, aquele era um lar muito triste porque minha Mãe da Silva Sauro, veio a falecer em um dia qualquer do mês de agosto, exatamente três meses após o meu nascimento. Aquela família era muito legal, eram todos muito amorosos comigo, mas só andavam de preto, falavam muito baixo, não havia música no ar...Tudo muito silencioso e triste. Doutor Avô dos Anzóis Carapuça resolveu que tínhamos que nos mudar, afinal aquele lugar não trazia boas lembranças e isso não era bom para o desenvolvimento de uma criança. Enquanto O Edifício não ficava pronto, moraravamos em um apartamento, até eu atingir a idade de 5 ou 6 anos. As lembranças da época estão registradas em um álbum fotográfico e por mais que eu me esforce não consigo tirá-las de lá. Bem, daí para frente eu já me lembro de bastante coisa, como a inauguração Do Edifício. Nossa que lugar! 180 apartamentos todos habitados, com salões de música e de festas, bar, picinas, play externo e interno, cheio de crianças do meu tamanho e em frente ao colégio onde eu ia estudar...Era o máximo!Ali eu conheci os meus primeiros amigos, aqueles da infância que crescem junto a gente. Os amigos que aprenderam a ler e escrever, nadar, rir e chorar pelos mais diversos motivos dos quais não me esquecerei nunca e acabaram se perdendo no tempo, mas vivem na memória com suas histórias, alegrias e tristezas fazendo com que a vida tenha mais cor, mais sentido.  Foi nessa época que conheci a minha melhor amiga, uma gringazinha danada de bonita (aliás, naquele tempo só havia gente bonita), com dois olhos azuis que pareciam duas bolinhas de gude e uma cabeleira loira danada de boa da gente puxar e que tinha mais um irmão e uma irmã. O casal saía muito e quando isso acontecia cada filho ia para casa do melhor amigo. Minha melhor amiga, então vivia mais lá em casa do que na sua própria e fomos crescendo como irmãs, onde estava a corda, estava a caçamba. Além deles havia o primeiro namorado, os irmãos índios, os russos e o amigo do primeiro namorado que era namorado da irmã da melhor amiga (complicado não, mas se podemos complicar para que simplificar?). Estudávamos em colégios da redondeza, a maioria de freiras ou padres, todos particulares e bem rígidos em relação à disciplina. Devo a isso uma veia saltada atrás do joelho esquerdo desde os dez anos. Pois é, nos íamos para escola e brincávamos, almoçávamos e brincávamos, lanchávamos e brincávamos, só faltava dormirmos brincando. Nas férias sempre nos separávamos e cada um, tinha uma história para contar na volta as aulas, como a história do casamento de meu Tio Milico dos Anzóis Carapuça com a Prima Bibliotecária que já era Carapuça e virou dos Anzóis Carapuça, com o casamento. Pois é, o Tio Milico estava servindo no Ceará, quando bateu a solidão e ele resolveu que não podia esperar mais para casar com a Prima, fez o pedido por telefone e mandou uma procuração para o Doutor Avô, representá-lo na cerimônia do casamento que aconteceu nas férias dezembro de algum ano, na casa dos pais da noiva, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ai que angustia, Doutor Avô ia se casar com a mulher do Tio Milico! Isso era o fim da picada. Minha mãe, Dona Avó dos Anzóis Carapuça demorou algum tempo tentando me explicar que o Doutor Avô só ia representar (?) o noivo e eu só sosseguei quando vi a Prima embarcar sozinha no avião que a levaria para o encontro nupcial. Desde a tenra idade a idéia de fidelidade já era bem clara para mim.  Apesar de que naquela época não havia muito diálogo entre pais e filhos e as coisas eram explicadas quase sempre quando ou depois que aconteciam e por esse motivo, conheci meninas que pensavam que iam morrer quando ficavam mocinhas (menstruadas pela primeira vez). No meu caso, quando completei 11 anos, minha mãe me chamou em seu quarto e me mostrou um pacote de absorventes e uma calcinha higiênica para usar “naqueles dias” que eu já havia lido no livro de ciências da escola.(vocês conseguem imaginar como ela era avançada para seu tempo?). Graças a isso, todas as minhas amigas que também já haviam lido o livro de ciências, passaram ordenadamente e em fila, pela gaveta do armário onde os absorventes e a calcinha higiênica estavam guardados, admiradas com a praticidade da coisa: o fundo plástico era para não vazar e os ganchos para fixar o absorvente, tudo muito prático.”- Já pensou em ter que usar toalhinhas?” E o pior, “- ter que lavá-las? Credo!”.

“Se podemos sonhar, também podemos tornar
nosso sonho realidade”

Walt Disney

 
Não sei exatamente quando fiquei mocinha, mas me lembro que o assunto da época era o primeiro sutiã, os ombros caídos para esconde-lo, senão era a maior gozação dos meninos afinal, nós ainda brincávamos juntos de bola, esconde – esconde e começavam a aparecer as diferenças. Era a aborrecência que começava a chegar, os hormônios a se manifestar e as meninas pareciam mais choronas, mais chatas do que o normal. Uma a uma fomos ficando mocinhas e o interesse pelos assuntos relativos a você sabe o que, eram os preferidos nas rodas dos Bolinhas e das Luluzinhas. Livros proibidos como os de Arthur Hailey circulavam discretamente pelos grupinhos que procuravam saber como se faz, você sabe o que.“- É só observar os animais!” Diziam. Eu sempre achei um absurdo me comparar com uma cadela, mas em todo caso... “Pra beijar na boca tem que enfiar a língua na boca do outro!” Dizia uma; “- Ahg! Que nojo!” Retrucava a outra; ”- Nojento nada, é gostoso, parece que você flutua” respondia a mais experiente e então se ouvia o coro: “Você já beijou na boca?”. Uma a uma, sem a menor orientação dos pais, fomos nos tornando as mulheres de amanhã. Não havia pílula anticoncepcional, os preservativos eram muito inseguros e a geração coca-cola corria todos os riscos inclusive o de uma doença venérea por que os rapazes eram iniciados naquelas casas você sabe de que. Havia, porém muito mais inocência do que nos dias de hoje, até os dezesseis anos nós brincávamos muito, sonhávamos e riamos.Havia mais glamour nos bailes de quinze anos (ah, os quinze anos...), os bailes de calouros e de formatura, tudo muito a rigor, black – tie e perfume francês. Ma Grife e Hora Íntima eram meus prediletos, jeans nem pensar, só em macacão de oficina e olhe lá; café no Aeroporto e sopa de cebola no Ceasa, corrida de kart e fórmula um, passeio na Hípica e Jockey Club , coquetel de frutas no Mondo Cane e cinema no Conjunto Nacional, pic-nic em Vinhedo no Mosteiro de São Bento, o clube dos alemães na Serra da Cantareira e os bailes de carnaval do clube Itamarati no Colégio Rio Branco eram alguns dos programas da agenda de um aborrecente de classe média da época. Quando chegavam as férias, aí ficava bom, Circuito das Águas, Itanhanhem, Marica e Copacabana, eram três meses (de dezembro a março) de muita badalação. Copacabana, na época do natal, era uma festa; os lojistas disputavam pela vitrine mais bonita e a decoração de rua, digna de uma capital federal, podia concorrer com as decorações das capitais do mundo todo. As ruas ficavam abarrotadas de gente para lá e para cá, olhando as novidades que apareciam nas vitrines todos os dias, acrescentando um item a cada dia. A orla marítima era o lugar predileto para o footing de moças e rapazes bonitos, elegantes que saiam para tomar sorvete no Six e flertar. Euzinha da Silva Sauro fazia parte deste cenário que para mim é um dos mais belos de todo o mundo. Quando voltava da belacap para a supercap, bronzeadíssima e com os últimos lançamentos da moda na bagagem, era um frenesi total das amigas que tratavam de copiar os tão cobiçados modelitos do verão carioca que só chegariam as lojas paulistanas, quase no fim da estação. O Rio de Janeiro era lindo, mas não trocava a minha terra da garoa por nada desse mundo. Doutor Avô vivia dizendo que ia se mudar para lá e eu: “- não perdi nada lá”. Era muito bom para passar as férias, para morar...Nem pensar. Nosso grupo aumentava cada vez mais porque fazíamos amizade com o pessoal dos prédios vizinhos e quando não tinha festa num prédio, tinha no outro porque nós nos cotizávamos e a festa saía. Eu pertencia ao grupo de teatro amador do colégio. Todo final de ano havia uma semana de apresentações bastante concorrida, porque sempre participávamos do festival de teatro amador que nos garantia alguns prêmios.  Se alguém me dissesse hoje que poderia escolher uma época para voltar a viver, com certeza eu voltaria para o ano em que completei meus quinze anos. Quinze anos, Ah, os quinze anos! Com quinze anos, as moças da época eram apresentadas a sociedade em bailes de debutantes que dariam assunto para um livro se cada uma de nos contasse com detalhes o seu. Era um momento mágico em que a menina deixava os sapatinhos baixos e as meias soquetes para usar o primeiro sapato de salto e meias de seda e os meninos abandonavam as calças curtas. O meu primeiro salto tinha 7 centímetros de altura e uma pontinha de metal que garantiam o barulho mais cobiçado da época. Toc, Toc, Toc, lá ia Eu toda, toda em meu chanel de verniz branco e laçinho no peito do pé. Para cada par de sapatos, era necessária uma bolsa igual, no mesmo tom, por isso as fabricas já faziam conjuntos para não ter terror. Preto com preto, branco com branco, amarelo com amarelo enfim, todas as cores do arco Íris, enfeitavam nossos pés e carregavam nossos badulaques. Havia um grande mistério em relação do que havia dentro da bolsa de uma “mulher”. Pense em algo, na bolsa tinha! Batom, sombra, delineador, rímel, lenço, pente, bala de hortelã (importantíssimo, nunca se sabe quando se vai beijar alguém)Etc...Etc. Este foi um ano memorável, fui a pelo menos quatro bailes de quinze anos além do meu é claro com tudo que tinha direito e até beijo roubado (na boca) do moço (ai, ai!) que dançou a valsa comigo. Estava eu recebendo meus convidados, no saguão do buffet Freire cujo dono era muito amigo de Doutor Avô, cercada por minha amiga índia e a melhor amiga uma de cada lado quando Ele chegou, lindo de smokink e trazendo uma orquídea lilás (minha flor predileta) que se perdeu sequinha dentro de um livro, mais tarde doado para uma biblioteca. E aí e o beijo? Sim, Ele chegou nos cumprimentou a todas muito gentilmente me entregando a caixinha da orquídea e ficamos conversando, a índia fez um comentário que não me lembro qual e ele respondeu me beijando. Minha nossa, foram os segundos mais longos de toda a minha existência, o coração quase saiu pela boca e pensei que ia desmaiar. Um homem, de vinte e um anos havia me beijado! Que noite e eu ainda ia passar os quinze minutos da valsa do Imperador em seus braços, já pensou! Não pude dançar com meu Pai da Silva Sauro por que ele havia se quebrado todo em um acidente muito feito na Via Dutra e andava de muletas, graças ao esforço e dedicação de Minha Avó da Silva Sauro (já falecida nessa época) que se retirou com ele para o sítio e fazia ele andar numa barra de ferro, exaustivamente, até ele sair da cadeira de rodas e andar de muletas o que ele fez até os quase setenta anos.O aniversário de índia foi logo depois do meu na época que Franco Zefirelli (?) tinha lançado a versão mais linda de Romeu e Julieta (eu só vi nove vezes no cinema) e minha mãe fez para mim o modelo do vestido de baile da Julieta, só que lilás. A índia fez seu modelito baseado no filme, na cor verde, com um decote...Exagerada! Eu adorava dançar e modéstia à parte, dançava muito bem; fiz balé com Madame Renè Gumiel o que me deixou bem leve e aprendi a dançar com meus tios que eram pés de valsa. O primeiro namorado era uma tábua, não saia do lugar; o jeito era deixá-lo nos bailes com a namorada de um rapaz que dançava muito bem e fazia questão de dançar comigo Mac Athur Park que na versão original tinha vinte minutos e uma parte orquestrada que dava para rodopiar por todo o salão. Quando a musica começava a tocar, não tinha pra ninguém, só nos dois tomávamos conta do salão. Com o tempo, uma a uma, aos dezessete anos de tenra idade, foram se casando as minhas amigas de infância. Outras se mudaram para o exterior para estudar e eu teria que me mudar para uma casa perto do aeroporto, porque o Doutor Avô da Silva Sauro, fez o favor de morrer deixando viúva e dois herdeiros, o nhãnhão da mamãe e Euzinha da Silva Sauro. Minha mãe, receosa de passar dificuldades financeiras porque não sabia como a vida ia ficar dali para frente, com apenas os recursos da pensão de meu avô, decidiu para meu desespero, reformar uma meia água que tínhamos perto do aeroporto e se mudou para lá não dando a menor bola para meu estado emocional de aborrecente em crise existencial. Mesmo com o fusca zerinho que ganhei para poder continuar vindo para a escola terminar o colegial, não queria sair do “paraíso” para morar num lugar tão, tão! Ah, nem sei. Fui morar com uma tia até passar a crise existencial e quando minha mãe que havia ficado muito doente com água no pulmão teve que voltar para o Rio de Janeiro para novo tratamento. Resolvi crescer e assumir a casa até que ao retornar minha mãe me comunicou que não mais poderia ficar aqui em São Paulo, devido à umidade, decidi então, ir com ela para o Rio de Janeiro, morar em meu primeiro apartamento onde já havia passado muitas férias, pois pertencia a meu Tio Milico que se mudara para um apartamento maior. Depois de ter completado dezoito anos e ter sido emancipada, ter concluído o colegial, ter perdido todos meus amigos de vista, num dia qualquer de mês de julho de encerrei a fase paulistana da minha vida para iniciar a fase carioca e junto com ela toda a minha meninice.

“Ninguém é tão grande que não possa aprender
nem tão pequeno que não possa ensinar”

Voltaire
 
Cheguei a belacap sem muitas perspectivas e ansiedades, teria que decidir qual faculdade deveria fazer já que estava parada há um ano, não conhecia ninguém da minha idade, a Prima Bibliotecária era muito legal, mas era minha tia e a prima do lado dela que eu conhecia, era muito mais velha que eu, portanto não era nada muito animador. Como a esperança é a ultima que morre, comecei reformando o apartamento para ficar com a minha cara e não a cara de casal Milico, fazendo inscrição para o vestibular de biblioteconomia, adivinhe quem em convenceu? E passando dias intermináveis, na dura tarefa de ir a praia, voltar para almoçar, ir as compras voltar para jantar, ir na casa os parentes antes de dormir. Tudo muito cansativo; até que um dia às onze horas da noite, meu primo Gordo chegou de férias dizendo: “Euzinha, o que você faz de pijama à uma hora dessa, aqui a noite começa depois das dez, vá se vestir e vamos comer que estou morrendo de fome e de sede de um chope bem gelado. Inaugurava-se ali uma nova fase da minha vida e com ótimas perspectivas. Fomos a uma pizzaria na lagoa Rodrigo de Freitas que para mim é o cenário mais bonito do Rio de Janeiro. Ela é colorida e suas cores mudam com o passar do dia. Eu e o meu Gordo comemos e bebemos sós nós dois naquela noite. Dia seguinte lá estávamos nós de novo só que desta vez a prima Futura Esposa do Gordo, estava junto e no outro, além de nós duas também estava a amiga Física Nuclear. O garçom devia se perguntar o que um Gordo como aquele tinha para viver cercado de mulheres, cada dia ele aparecia com mais uma. Estava formado nosso alegre grupinho: Eu, Gordo, Prima Futura Esposa, Física Nuclear, Pronto Bati, Prima de Pronto Bati, a Filha do General e o Genro que minha mãe pediu. Tínhamos todos quase a mesma idade, menos o genro, já beirava os trinta e ninguém se conformava de ver solteiro. Com a minha chegada, o resto da turma começou a ter esperança de desencalhar o rapaz que já estava para lá de titio, mas, ele muito sensato não queria se casar enquanto não terminasse as faculdades e se tornasse independente dos pais com quem ainda vivia. Um dia, ele me perguntou se eu estava a fim de me casar ao que respondi rapidamente que não, então combinamos que namoraríamos para que a turma nos deixasse em paz e eu que já era apaixonada por ele, tratei de concordar rapidinho, quem sabe com o tempo...Esta foi uma época muito boa, nós nos divertíamos muito e era proibido ficar com muito grude enquanto estávamos juntos para não estragar o clima o que deixava alguns namorados muito bravos. Éramos todos universitários, fazíamos Biblioteconomia, Engenharia, Física, Matemática e Publicidade, tínhamos grandes perspectivas profissionais e alguns sonhos que não sei se foram realizados porque com o tempo nós crescemos nos tornamos adultos nos casamos ou mudamos e nunca mais nos vimos. Foi uma época digna de ser guardada para sempre na memória. O acarajé da baiana no Recreio dos Bandeirantes é inesquecível, a piscina noturna do Costa Brava regadas a gim tônica (mesmo que estivesse nevando!), os feriados na casa de Petrópolis, as discotecas (O que fizeram com as discotecas?), os chás das tardes de quinta porque era dia de homem bonito na rua (este era um programa que os meninos não podiam participar), as semanas nada santas (nada que pudesse depor contra a honra de qualquer um de nós) na praia ou piscina, parques de diversão, melhor época para colocar a agenda cultural em dia (ainda existem temporadas populares de teatro?) e a cara do porteiro do meu prédio que ficava doidinho com o entra e sai, são momentos que espero um dia contar com detalhes para meus netos. Um a um, fomos casando, tendo filhos e tomando rumos diferentes na vida, desfazendo-se assim o alegre grupinho que tenho certeza ainda está na memória de cada um. E aí, depois que o tempo passa é que descobrimos o quanto nós fomos felizes e que o importante na vida está contido no dia a dia, junto com aqueles a quem amamos sejam eles nossos pais, irmãos, amigos. Compreendemos a importância de sabermos ouvir e de termos quem nos ouça, seja nos momentos de alegria, seja nos momentos de dor e que cada uma dessas pessoas deixou sua marca que ficará para sempre seja ela boa ou ruim. Por isso devemos nos esforçar para fazermos a diferença para o bem.


“Para conquistarmos algo na vida não basta ter talento,
Não basta força, é preciso viver um grande amor ”

Mozart


Foi em uma das primeiras aulas da Faculdade de Direito (depois de me formar em Biblioteconomia, resolvi fazer Direito), que vi aquele que um ano depois seria meu Marido dos Santos, preto de praia e com uma blusa amarela cheguei, estou aqui e não vou embora tão cedo, sentado na janela com outro desocupado, a fim de aproveitar a vida e sair com quem der bola, usar saia, não for padre ou escocês. Algo me dizia que aquele era sinônimo de roubada e tratei de sentar bem longe. Na hora da saída é claro quando a lista de chamada chegou em minhas mãos, veio muito gentilmente pedir licença para assinar a folha o que rapidamente eu entreguei sem muita conversa e saí. Acho que demorou só um mês para que nosso seleto grupo de isentos de vestibular se formasse com apenas um vestibulando, adivinhem quem? Éramos uma jornalista, uma filósofa, um economista, um médico, uma formada em letras, eu bibliotecária e O, vocês sabem quem. Nosso grupo era cobiçado pelos catedráticos da faculdade que disputavam o direito de nos instruir na arte de ajudar ao próximo sem burlar a lei e muito rápido nos identificamos e começamos a sair juntos nos fins de semana. Numa sexta feira, saí da faculdade para rodar com o carro que já estava próximo da revisão quando passei por vocês sabem quem e este me perguntou: “– Vai para casa?”. “Não, vou rodar por aí”.E passei direto, quando estava dentro do carro vi que vocês sabem quem, tentava abrir a porta do carona dizendo: “- Vou com você, é muito perigoso andar por aí sozinha” e daí por diante vocês já sabem, em uma manhã de dezembro, Euzinha da Silva Sauro, aos vinte e cinco anos, me tornei a Senhora Marido dos Santos e passei a me chamar Euzinha da Silva Sauro dos Santos. Meu marido na época tinha apenas vinte e um anos, havia começado a trabalhar em seu primeiro emprego e seu salário mal dava para pagar a faculdade e por isso, morávamos em minha casa com minha mãe. Não sei exatamente se no inicio tudo eram flores ou aparentava ser, só sei que nos divertíamos muito e Marido dos Santos conseguiu um ótimo emprego que lhe garantiu por alguns anos um salário pra lá de agradável e não tínhamos tempo para nos preocupar com finanças. Marido dos Santos viajava bastante saía de casa rumo a São Paulo e me ligava de Brasília, uma badalação só. Como não a mal que sempre dure nem bem que nunca se acaba meu marido não ficou desempregado, graças ao QI do antigo chefe que arrumou uma colocação para ele em Niterói, o salário era bom, porém quando mudou o governo...Lá estava Marido dos Santos na rua, tendo que começar a viver só da advocacia o que é meio complicado porque às vezes tem, às vezes não tem e com mulher e filhos...Minha mãe tinha falecido e eu como já havia passado por situação semelhante, achei que seria uma boa sairmos dali para uma casa na zona rural que nos garantiria menos despesas para o momento. Moramos ali por menos que um ano e, depois de sermos assaltados dentro de nossa própria casa, mudamos para uma casa no subúrbio do Rio de Janeiro. As coisas foram ficando cada vez mais difíceis até que veio a inevitável separação.


“Os filhos são a herança do Senhor”

Salmos 127

 
Positivo, o resultado do exame de gravidez deu positivo! Euzinha da Silva Sauro dos Santos ia trazer ao mundo, um Silva Sauro dos Santos! Minha mãe quando soube que ia ser bisavó (minha mãe era minha avó, lembram?), derrubou todos os pratos rasos no chão! E o futuro papai, foi vomitar no banheiro, aliás, acho que os homens ficam mais grávidos do que as mulheres!
“– Será que é menino ou menina?” Perguntavam todos.
“É macho!” Dizia o futuro papai!
“E aí cara, se for menina vai dar forra a vagabundo!” Diziam os amigos dele!
“É macho, tenho certeza, Deus não vai aprontar comigo! Portanto quem tiver suas cabras trate de prende-las porque meu bode vem vindo aí!” Retrucava o futuro papai orgulhoso!
Querem diálogo mais machista do que este? O pior é que ainda se ouve disto por aí!
Nove meses depois, lá estava eu com minha trouxinha nos braços, 75 cm 3.250 kg e uma fome de leão!
Os filhos são nosso maior tesouro e penso que toda mulher, lá no fundo, nasceu para ser mãe e quando isto não acontece, se torna frustrada e canaliza todo seu potencial materno para um outro objeto seja um cão ou um emprego, mas não se completa. Quando digo ser mãe, não significa parir porque há mulheres que apenas sabem parir e deixam o resto por conta de parentes, da escola ou do governo. Ser mãe é muito mais que esperar nove meses, com todo o desconforto da gravidez: o peso, a vontade de fazer xixi, a ansiedade do pré-natal, o parto com ou sem dor. É ter consciência de que aquela trouxinha que você tem em seus braços, depende completamente de você para se tornar o Homem de amanhã. Eu tive três meninos. O meu mais velho nasceu em época de vacas gordas e como primeiro filho, primeiro neto e primeiro bisneto teve todas as badalações de um primogênito com direito a parto Leboier e um enxoval que serviu para primos, amigos e voltou para o irmão do meio. O filho do meio, nasceu em uma época meio conturbada, eu passei mal os noves meses e só fui ver a cara de um médico já na sala de parto que foi na raça e muito rápido. O meu caçula veio sem querer, eu já estava separada judicialmente quando engravidei dele, o que fez o Ex voltar para casa depois de muita confusão e é o filho fisicamente mais parecido com o pai só para chatear. Como marinheira de primeira viagem, com o primeiro cometi todos os erros possíveis e por ser o mais velho, na separação foi o que mais sofreu por que já compreendia o que se passava, daí dizerem que é meu predileto, ou o nhãnhão da mamãe. Por estar cercado de adultos por todos os lados, andou antes de engatinhar e falava bem direitinho o que lhe deu o titulo de o mais inteligente. O segundo é tipicamente o filho do meio, aquele que se acha relegado ao segundo plano, o coitadinho. Com este eu já sabia mais ou menos o que ia acontecer por que o mais velho já tinha passado e dava para prevenir. Parecia um anjinho barroco com seus cachinhos dourados e suas mãozinhas gordinhas que quebraram quase todas as porcelanas que ganhei de presente de casamento. Este é o mais parecido comigo e nhãnhão do Avô da Silva Sauro. O caçulinha aquele que quando chegou, eu já estava careca de saber como é, chegou para bagunçar o coreto dos outros dois porque podia quase tudo que os outros não puderam. O mais abusado é claro e nhãnhão do Tio Avô que o apelidou de minúsculo por que era pequenino e muito engraçadinho. Todos os três são muito sociáveis e falam por todos os poros (deve ser genético), tem muita facilidade para fazer amigos o que me deixa quase louca quando estão em casa porque o telefone e o interfone não para. Como os três são cariocas, quando nos mudamos para cá, adivinhem o apelido deles? Carioca claro! E até hoje, só o mais novo é que consegui fazer com que o chamassem pelo nome.


“As vezes é preciso olhar para longe
para ver o que está diante de nós”


Kennedy

Como toda separação, a minha foi dolorosa e complicada, eu morava com a avó do meu Ex e ele se achava no direito de estar lá quando queria o que causava um certo constrangimento, pois ele já vivia com outra mulher e ao mesmo tempo não se desligava da antiga casa. A princípio eu achava bom porque não me conformava com a separação e fazia de tudo para ele voltar para casa com a ajuda da turma do deixa disso, vocês são jovens e tem filhos. Porem como um vaso colado, depois que a relação se desgasta a ponto de perdermos totalmente a confiança e o respeito partindo para a agressão moral e física, é melhor ir cada um para seu lado por que não tem volta e as marcas são muitas profundas. Saí de meu casamento achando que era a pior mulher do mundo em todos os sentidos até que conheci alguém que tinha olhos lindos, me chamava de princesa, me deu um jardim de presente e me deixava saber o quanto eu era mulher, bonita, inteligente. Graças a meus dois diplomas, consegui dois empregos de bibliotecária especializada na área do direito, saía de casa as seis da manhã para trabalhar das oito ao meio dia em um lugar, saía correndo comendo um sanduíche pela rua para pegar o metro e ir para o outro emprego, no qual ficava da uma as sete da noite. Quando saía, meus filhos estavam dormindo e quando voltava também. Nos fins de semana só queria ficar em casa e meu salário mal chegava no fim do mês. Estava me desgastando em todos os sentidos e percebi que se continuasse daquele jeito ficaria doente o que não seria bom para mim nem para meus filhos e ouvindo a voz do meu coração, larguei tudo e vim embora para Supercap outra vez, deixando para trás, tudo o que pudesse me lembrar da casa que não tinha mais. Vim morar em um sítio afastado de tudo e de todos, cercado de mata e silencio trazendo apenas as roupas, os filhos e alguns objetos de estimação. Nem esperança parecia ter, porque aos quarenta anos em um país como o nosso é muito difícil começar uma carreira, reorganizar a vida sem problemas como se fosse uma jovem recém formada. Passei seis meses praticamente meditando e depois que já sabia mais ou menos como a vida seria dali para frente em relação a finanças, mudei para uma casa de bairro de onde podia ter o privilégio de ver o por do sol que só não é mais bonito que o por do sol em Ipanema ou na lagoa Rodrigo de Freitas. Coloquei a minha OAB em ordem, comecei a advogar em um escritório na rua da delegacia e nas horas vagas, fazia artesanato de porcelana fria para vender. Fiz muito supermercado com meus artesanatos e descobri que advocacia contenciosa não é bem a minha praia. Morei ali até mudar para meu atual apartamento e arrumei a primeira biblioteca para organizar onde consegui por intermédio de uma aluna, a segunda biblioteca para organizar e sou bibliotecária até a presente data.

A diferença entre o possível e o impossível
está na vontade humana”


Louis Pasteur


Será que as pessoas têm noção do que significa começar de novo? Muitas vezes, só porque mudamos de casa, de trabalho ou de namorado, achamos que estamos começando de novo. Temos uma nova filosofia de vida, novos amigos, uma nova perspectiva e achamos que é um bom recomeço. Daí, depois de algum tempo, percebe que estamos andando em círculos, atraindo para nós, os mesmos problemas, as mesmas ansiedades, os mesmo desamores e por que? Descobri isso quando conheci um homem. Um homem que surgiu de repente, não sei de onde e que mal e porcamente sei seu nome porque olhei em seu crachá, para me fazer parar e pensar, quem sou eu, o que eu quero, porque eu amo. Que cometeu erros infantis, como não assinar bilhetes que escrevia ou escrever mensagens ilegíveis em mensagens de igrejas para poder negar a autoria depois e tentou em plena era da Internet esconder, endereço e telefone. Fez de tudo para chamar minha atenção e quando eu passei a prestar atenção nele, preferiu fugir a ter uma conversa adulta que é o que se espera de um homem que já passou pelo menos dos trinta. Um homem contraditório, capaz de ser gentil, carinhoso, amável e ao mesmo tempo frio e indiferente de deixar qualquer um de boca aberta. Que desorganizou minha vida, me encheu de dúvidas, colocou em cheque. Fez-me duvidar da minha sanidade, tirou minha paz interior, me fez perder o controle das situações com sua imprevisibilidade até que descobri que era cíclico. Quase sempre eu me envolvia com tipos assim, havia algo que me atraía para pessoas como ele e isso com certeza eram um reflexo de mim mesma. Que me ajudou a ver que era preciso uns ajustes na vida para que eu pudesse um dia quem sabe, ser realmente feliz e que é possível viver intensamente com alegria e muito humor, depois dos enta, dos filhos criados e do silêncio da casa quase sempre vazia. Muito bem: - Estava eu distraída com minhas companheiras do infortúnio de andar todos os dias na linha Mogi - Santa Isabel, depois de longa e tenebrosa espera no ponto do relógio em Poá, onde tudo pode acontecer: é o bêbado que passa mal, a velhinha que invoca com a vendedora de passe, o comício que ensurdece; onde nós as educadoras brasileiras nos reunimos para tricotar enquanto o bendito não vem. Onde é que eu estava mesmo? Ah, já estava dentro do ônibus, vocês não imaginam o sufoco que é entrar nele neste horário e sentar, quando Ele entrou no ônibus e aí começou a confusão; da noite para o dia eu de pacata bibliotecária e a mais divertida passageira do Santa Isabel; passei a... Dele (o que vinha depois deste a, é que sempre me preocupou, hoje sei que é a namorada). Todo mundo palpitava: “você tem que ser mais ousada, esse cara é um bobão, vocês ainda nem se beijaram?” E isso porque que nós nos encontrávamos nos pontos da vida para simplesmente conversar. No princípio tudo era lindo, ele me ligava sempre que podia e quase sempre nos víamos no ônibus ou nos pontos da vida. De repente ele sumiu até que um dia, numa véspera de Natal, lá mesmo no ponto do relógio, ele me olhou como o Kevin Costner olhou para a Witney Huston na cena do telão e eu vi que estava tudo perdido. Lá estava eu, apaixonada por um não sei quem, que vinha não sei de onde, que tinha não sei o que, além de dois filhos e uma ex-mulher. Que roubada! Como pude bobear assim? Eu aqui me preparando para encontrar meu companheiro eterno, apaixonada por um homem que quer tudo, menos compromisso. Sumiu de novo e eu inconformada com uma situação mal resolvida, corri atrás do prejuízo, descobri onde estava e apareci, até que quando me deixou falando sozinha no telefone; resolvi dar um tempo. Não passou um mês, adivinhem que apareceu lá no relógio, fazendo charminho como se nada tivesse acontecido? Bagunçou tudo outra vez, contradição em cima de contradição e eu tentando colocar as idéias em ordem. Para piorar, o velho soldado deu um revertério foi parar no hospital quase morto, sem um tostão no bolso e algumas idéias muito loucas. Estava armado o maior banzé e eu no meio dele, completamente perdida, querendo largar tudo para viver a vida de meu pai, presa a vida de meus filhos achando que ainda precisam de mim, ligada a um homem que me vê como uma sobremesa e precisando perseverar em amar o próximo como a mim mesma. Fui parar no hospital com a primeira enxaqueca da vida e resolvi reciclar. Procurei uma terapeuta para me ajudar com o ranço do passado e vou vivendo a vida da mesma forma divertida de antes, porém consciente de que é preciso mudar sempre para não embolorar. Ele continuou aparecendo de vez em quando achando que eu é que armava para encontra–lo até que numa sexta feira qualquer, desceu comigo no ponto do meu trabalho e disse coisas tão sem nexo e tão contraditórias que resolvi dar um ponto final, afinal se eu não gostar de mim, ninguém vai gostar, se não me valorizar...Quem vai? Vou deixar que o tempo cuide de consertar tudo e estou certa de que a vida é um círculo e este mundo é do tamanho de uma noz. Decidi mudar meu comportamento, meus padrões de pensamento e buscar a forma mais correta de fazer todas as coisas. Aprendendo como viver em um mundo tão louco, com tranqüilidade e alegria, aparando as arestas que podem machucar alguém além de mim mesmo e aprendendo que o Homem nasceu para ser verdadeiramente feliz. Procuro não perder tempo com coisas fúteis porque o tempo é muito precioso e busco o máximo de conhecimento em bons livros, bons filmes e papos com pessoas especiais porque aprendemos muito uns com os outros. Conheci mulheres que deram a volta por cima depois de terem sido escravizadas, que vivendo em cárcere privado cercadas de todo conforto material, largaram tudo para criar seus filhos sozinhas, voltando a vida profissional, resgatando seu próprio eu. Tive uma amiga de faculdade que foi violentada duas vezes, superou o trauma, formou uma família estruturada e feliz. Tenho uma tia e uma prima que passaram juntas e em primeiro lugar para a faculdade de Psicologia, uma colega de faculdade que aos cinqüenta anos, depois de criar todos os irmãos mais novos porque ficaram órfãos de pai e mãe, foi estudar Direito e realizar seu grande sonho de se tornar uma das melhores advogadas na área de Direito Marítimo. Outra amiga, teve sua casa incendiada pelo marido, não se abateu e criou seus filhos sozinha voltou a estudar e sonha com um colégio rural, onde depois da aula vai poder tomar banho de rio e comer fruta no pé. Minhas companheiras do infortúnio de ter que andar de Eroles, são professoras de pré – escola e ensino fundamental que batalham para organizar a cabeça de milhares de crianças, filhos de outrem tendo até muitas vezes que deixar os seus próprios e que não desistem de educar os meninos do Brasil. Acordando de madrugada para pegar o trem que de manhã anda abarrotado, carregadas de tralhas para suas crianças e tendo que se sujeitar a andar em ônibus cheios de pessoas cansadas, mal amadas, stressadas e que normalmente descontam no motorista ou no cobrador, como se isso fosse resolver seus problemas. Não posso deixar de citar aquela que doa de si para os excepcionais, que está se aperfeiçoando para poder ajudar cada vez mais e melhor, em troca muitas vezes de um salário de fome. Mulheres que acordam de madrugada e saem para trabalhar e por o alimento dentro de suas casas para alimentar seus filhos que nunca mais viram ou ouviram falar de seus pais: “- Meu pai, é minha mãe” ouvi do filho de uma delas. Que na separação souberam realmente separar as coisas, não usaram seus filhos para fazer chantagem com seus ex-maridos e mostraram que o que tinha acabado era o casamento e não os laços que os unia aos pais. A lavadeira que mal sabia escrever, e viu seu filho se formar em primeiro lugar na faculdade de direito, depois de ter aprendido sozinho falar cinco idiomas, agradecer em seu discurso de formatura pelo esforço que ela fez para que ele pudesse chegar até ali. Também seria injusto, esquecer das mulheres que descobrem de repente que tem um câncer no seio, tem seu corpo mutilado e assim mesmo conseguem manter seu lar em ordem e seu casamento tão em dia como no tempo da lua de mel. Mulheres que passam nove meses esperando por um lindo bebê, descobrem que este não será tão igual aos outros por que é especial e conseguem com muito amor e sabedoria fazer com que esta criança cresça, sem perceber que é diferente. Mulheres que curtiram meses de gravidez e tiveram que dar a luz crianças mortas e nem por isso se deixaram abater e tentaram até conseguir que um bebê vingasse, que enterraram seus filhos e criaram seus netos como seus filhos fossem ou nunca tiveram filhos mas criaram os filhos órfãos de pais assassinados. Mulheres que adotaram crianças e tiveram filhos, amam todos da mesma maneira e ensinaram a seus filhos a fazerem a mesma coisa. Mulheres que cuidam de seus maridos, olham por seus pais e criam seus filhos respeitando o direito e o espaço de cada um; que tem uma vida aparentemente normal, mas que dão um duro danado para não deixar que a rotina e os problemas da vida as transformem num mar de lamentações e cobranças que criam um abismo entre os casais, que se enfeitam para si mesmas e agradam a todos que as vêm todos os dias, procuram fazer de sua casa um lugar agradável onde todos sempre querem ficar um pouco mais. Mulheres mães, profissionais, esposas e amantes que sabem equilibrar e organizar todo seu tempo para que uma não atropele as outras criando situações constrangedoras. Mulheres que sabem que seus homens precisam ter tranqüilidade ao sair para buscar o pão de cada dia sabendo que tudo vai ficar bem e que mostram a eles o quanto são importantes para elas. Esperando-os com um lar organizado, um beijo e um abraço apertado, fazendo-os sentir de volta a um porto seguro. Mulheres que se fazem respeitar em seu ambiente de trabalho, se tornam imprescindíveis para seus superiores e melhores amigas de seus subalternos. Mulheres cuja presença é sempre festejada, que são amadas por que souberam amar primeiro. Que conseguem transformar um picadinho simples em um jantar inesquecível, o sofá de casa numa sala de cinema e o quarto...Bem, aqui cada um que use a sua imaginação. Todas estas mulheres que citei aqui existem e eu as conheço, muitas convivem comigo no dia a dia, outras pertencem a um passado não muito distante. Foram minha mãe, minha avó, minhas tias e primas, minhas amigas e eu mesma por que não poderia me excluir dessa lista de mulheres que conseguem começar de novo a cada dia, a cada romance, a cada filho e por que não a cada momento difícil que com certeza todas nós temos que passar. Por elas eu oro todos os dias para que continuem assim, firmes e lindas, por que sua beleza não está apenas no corpo, mas também na alma.
 
                                                                                                       Graça Menna




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Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender o que foi ensinado pelo tempo a fora.
Lembraria dos erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável.
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.

Mahatma Gandhi.

Eu, ser humano do sexo feminino, residente e domiciliada no Planeta Terra, portadora de inúmeros números que me identificam em inúmeros órgãos, com uma nacionalidade qualquer, declaro que: Já alcancei a idade da compreensão de que a vida é muito curta para ficar perdendo meu tempo tentando consertar o mundo, viver a vida dos outros e tentar transformar as pessoas naquilo que eu espero delas. Guardar coisas que só são importantes para mim achando que as gerações posteriores vão dar a elas o mesmo valor. Tenho defeitos suficientes para me entreter pelo resto da vida uma vez que não sou eu quem determina o seu final e pretendo me focalizar neles. Inteligência suficiente para aprender  qualquer coisa que outro ser de boa vontade queira me ensinar ou que eu me proponha a entender por conta própria e podem ter certeza de que se precisar não terei problemas em perguntar. Sou mãe de três filhos e avó de três netos por enquanto... Já criei os filhos e não tenho nenhuma obrigação de criar os netos, pois os pais são vivos e capazes. Porém observando meus netos, imitando o seu pai em tudo o que faz percebo o quanto é importante que ele (o pai) tenha consciência do que está fazendo para não se queixar depois. Quanto aos filhos, são todos maiores de idade, emancipados e donos de seus narizes e tudo que eu podia passar para eles ao longo de vinte longos anos eu passei, repassei trepassei... Agora estou cansada, mas tenho certeza que todos são capazes de se virar sozinhos e sobreviver pelo tempo que lhes for concedido. Também eles têm defeitos suficientes para lhes ocupar pelo resto de suas vidas e inteligência suficiente para reconhecê-los e se for o caso supera-los. Venho tentando sobreviver neste planeta consumista já algum tempo e entendi que daqui só se leva o que pode ser guardado na mente e no coração, então me queiram bem como sou, pois a recíproca será verdadeira e, se assim não o for, por gentileza poupem-me de ser grosseira.

Graça Menna



    Ao completar 61 anos de vida me peguei pensando o quanto sou abençoada na vida. 


    Cheguei até aqui com saúde, tenho um trabalho que gosto de fazer, moro em uma cidade chamada Supere onde tenho o privilégio de ver um magnífico por do sol de verão e observar as estrelas nas noite escuras e frias de inverno.
    Tenho três filhos que pude embalar, apoiar nos primeiros passos, cuidar das doenças de infância, participar de todas as reuniões e festas da escola, dar um montão de bronca por terem feito alguma bobagem na aborrecência, e até hoje, reclamar das roupas jogadas nas camas desarrumadas, da louça na pia, das tampas de privada molhadas, dar risada de um monte de bobagens postadas no Facebook, Twiter, WhatsApp e outras redes que fazem parte das novas tecnologias que não domino tão bem quanto meus netos, mas dá pro gasto. 
     Pois é, netos, o ciclo da vida se repetindo sem que eu precise ficar gritando ou chateando(isso é função de pai e mãe), mas eu me intitulo Vódrasta pois a minha presença já é suficiente para que se faça um silêncio absoluto no meio da maior algazarra.
     Bons amigos e vizinhos que vem e vão ao longo da jornada deixando um pouco de si e levando um pouco de mim e uma Família Grande, muito Grande espalhada pelos quatro cantos do mundo.
     E assim, lembrando de todas as Graças eu só tenho motivos para agradecer ao Criador, pelas dádivas do Universo.


Graça Menna



       

     Para os jovens de plantão que sonham com justiça social perguntem aos seus avós porque talvez seus pais sejam jovens demais para se lembrar de uma época em que os funcionários dos supermercados tiravam os produtos das mãos dos consumidores com a bendita maquininha para aumentar o preço. Dos planos cruzado, cruzado ll, moratória, plano Bresser, plano Verão, que “aumentava” mensalmente os salários que mal chegavam ao final do mês, e iludia a massa com um monte de zeros no contracheque. 




      E como dizem os jovens hoje: “- O partido filho da puta que fudeu o Brasil de 1985 a 1990 era o PMDB, que hoje faz parte da coligação do partido filho da puta que vem fudendo o Brasil desde 2003 até a presente data”.

         Então passamos pelo plano Collor l que trouxe de volta o cruzeiro como moeda, congelamento de preços e salários, bloqueio de contas correntes no prazo de “18 meses” (pergunte a quem teve sua poupança bloqueada se recebeu o mesmo dinheiro de volta?), Demissão de funcionários e diminuição de órgãos públicos. O objetivo deste plano era conter a inflação e cortar os gastos desnecessários de governo. Porém estas medidas não tiveram sucesso, causando profunda recessão, desemprego e insatisfação popular.

(Rescessão: (latim recessio, - onis, onis, recuosubstantivo feminino: 1. Ação de recuar ou de se retirar. = RECUO, RETROCESSO.
2. Economia: Diminuição da atividade econômica de um país.)

        Logo em seguida, o Plano Collor ll, acabou de fuder a economia e com a vida do presidente que foi destituído do poder assumindo o vice em seu lugar.( Ambos eram do partido filho da puta que fudeu o Brasil de 1990 a 1995 o PTB, que hoje faz parte da coligação do partido filho da puta que fudeu o Brasil de 1995 a 2003)
      
       Agora um pouco deste partido de burguês que fudeu o país de 1995 a 2003:

       Com o advento do plano real em 1994, ainda no mandato do presidente Itamar Franco autorizou este que os trabalhos se dessem de maneira irrestrita e na máxima extensão necessária para o êxito do plano, o que tornou o Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso no homem mais forte e poderoso de seu governo, e no seu candidato natural à sua sucessão. O Plano Real mostrou-se nos meses e anos seguintes o plano de estabilização econômica mais eficaz da história, reduzindo a inflação (objetivo principal), ampliando o poder de compra da população, e remodelando os setores econômicos nacionais.


      "Aqui jaz a moeda( o cruzeiro) que acumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma inflação de 1,1 quatrilhão por cento. Sim, inflação de 16 dígitos, em três décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%. Dá para decorar? Perdemos a noção disso porque realizamos quatro reformas monetárias no período e em cada uma delas deletamos três dígitos da moeda nacional. Um descarte de 12 dígitos no período. Caso único no mundo, desde a hiperinflação alemã dos anos 1920." Joelmir Beting
         
        (Para quem não sabe: Joelmir José Beting foi um jornalista e sociólogo brasileiro. Profissional de grande contribuição para o jornalismo, a economia e a comunicação, foi pioneiro na tradução dos difíceis termos técnicos da economia para a vida cotidiana. Wikipédia)


        Na área social, o governo FHC implementou em esfera federal o primeiro programa de distribuição direta de renda, o Bolsa Escola que já havia sido implantado em janeiro de 1995 em Campinas, seguindo a própria proposta de Cristovam Buarque, durante o governo do prefeito José Roberto Magalhães Teixeira / PSDB.     Posteriormente, com uma diferença de apenas cinco dias, foi implantado em Brasília pelo Governo do Distrito Federal, então chefiado por Cristovam Buarque/PT. A lei de Campinas foi aprovada na Câmara Municipal em 6 de janeiro de 1995 e regulamentada em 18 de abril, quando os primeiros benefícios começaram a ser pagos. Já em Brasília, o decreto foi assinado em 11 de janeiro de 1995 e os primeiros benefícios começaram a ser pagos em maio. Finalmente, o  Bolsa Escola  federal foi implementado em  2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Chegou a beneficiar mais de 5 milhões de famílias em todo o Brasil quando, em 2003, foi incorporado ao Programa Bolsa Família pelo presidente Lula.A Rede de Proteção Social, um programa complexo de distribuição de renda contemplou diversas ações como o Bolsa Alimentação, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - (PETI), Auxílio Gás, entre outros.

        E aí temos o samba: 

        O Programa Bolsa Escola que virou Bolsa Família, foi idealizado por um cara do PT que só pensou, mas não fez. 
        Então um cara do PSDB, pescou a ideia e fez funcionar no seu município.
        O cara do PT que pensou, não quis ficar pra trás e colocou em prática no distrito federal. 
        O presidente do PSDB achou legal usar no governo federal, mas como ele era burguês, ninguém deu bola pra ele.
        Assim todo mundo acha que quem inventou  foi o presidente do PT, que era companheiro do que pensou, mas não fez e para não ficar pra trás também, mudou o nome do programa e se tornou o Pai do Povo.

       Então, jovens, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. 
       Reclamar do país morando em Paris é muito cômodo, vomitar socialismo utilizando hospital de primeira linha enquanto o povão morre nas filas do SUS, me lembra uma letra de musica que eu gosto muito:

Admirável Gado Novo


Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro

É duro tanto ter que caminhar

E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem

À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!



Lá fora faz um tempo confortável

A vigilância cuida do normal

Os automóveis ouvem a notícia

Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!



O povo foge da ignorância

Apesar de viver tão perto dela

E sonham com melhores tempos idos

Contemplam esta vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

        Então meu jovem, você que não acha que deve escolher entre “- O partido filho da puta que fudeu o Brasil de 1995 a 2003  ou  O partido filho da puta que vem fudendo o Brasil de 2003 até a presente data, seja coerente e não vote em nenhum dos dois.
        Quanto a você que acha que votar em um para tirar o outro é o mesmo que comer bosta porque enjoou do sanduíche famoso, que para mim é uma merda.
        A bosta que é sinônimo de estrume(Estrume é designação dada ao material orgânico em avançado estado de decomposição utilizado como fertilizante e condicionador dos solos para melhoria das práticas agrícolas. Os estrumes contribuem para a fertilidade dos solos pela adição de matéria orgânica e de nutrientes para as plantas, tais como o azoto e o fósforo.)
      A merda que é sinônimo de excremento(Excrementos é o material restante após a digestão e absorção dos alimentos pelo tubo digestivo dos animais, expelido pelo ânus (ou cloaca) no ato de defecar.)
     Continue comendo seu sanduíche numa boa que eu fico com a bosta pois é útil para fertilizar a terra.

Graça Menna








          Em um mundo tão invertido onde ter é mais importante que ser; o diploma é mais importante que o saber.
           Com filosofias equivocadas do tipo “Faça o que eu digo e não o que faço”, “O que é meu é meu, o que é seu é nosso”, tenho me lembrado de algumas pessoas que realmente souberam ser e fazer a diferença em um mundo tão estranho:
          
Lá entre 1975 e 1976, quando fazia estágio na biblioteca de Direito da UERJ conheci um rapaz chamado Eduardo (Pena que não me lembro do sobrenome dele). A primeira coisa que me chamou a atenção foi sua letra Eduardo, bonita, bem talhada, como letra de caligrafia de colégio de freira. Quando perguntei de quem era aquela letra tão bonita fui informada que era de uma pessoa muito especial que estudava diariamente na biblioteca e que logo depois do horário das aulas eu conheceria. Dito e feito, por volta das 13:30 estava eu sentada no balcão de atendimento, quando um rapaz entrou na biblioteca cumprimentando a todos com um sorriso e ao assinar o livro de presença vi que era ele, Eduardo, o dono da letra tão bonita. Imediatamente elogiei sua letra ele agradeceu e como sempre parou ali no balcão para um dedinho de prosa. Foi então que conheci um bom exemplo de força de vontade e perseverança. Eduardo veio de uma família humilde que morava no subúrbio do Rio de Janeiro e tinha um sonho, estudar Direito e prestar concurso para o Instituto Rio Branco. Com muito esforço e dedicação ele concluiu seus estudos e passou para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro com uma ótima classificação. Desde o primeiro ano da faculdade, Eduardo se sobressaia muito era o primeiro aluno da sala, ele tinha algumas vantagens em relação aos colegas, ele falava e lia até aquela data, português, inglês, espanhol, francês, alemão e latim que estudou sozinho enquanto estava no colégio, pensando sempre em alcançar seu objetivo de um dia vir a ser um diplomata (Ele passava o dia na faculdade, pois precisava do acervo da biblioteca para poder estudar). Enquanto os colegas precisavam utilizar as mesmas fontes de pesquisa devido à falta de conhecimento em outras línguas, Eduardo se deleitava em fontes originais. Quando terminei meu estagio em meados de 1976, Eduardo já estava escrevendo o discurso de formatura, pois seria ele o orador da sua turma. Nunca mais o vi, mas todas as vezes que eu encontrava alguém se queixando de não poder fazer isso ou aquilo devido a isso ou aquilo eu contava a história de Eduardo e não sei por que sempre conseguia fazer os chorões pararem de se lamuriar pelo menos perto de mim. Valeu Eduardo espero que você tenha alcançado seu sonho!
       
Já mãe de primeira viagem, eu conheci um homem que no inicio de sua carreira tinha sido pediatra do pai dos meus filhos e viria ser o pediatra do meu filho que ele chamava de neto. Em seu consultório muito elegante em Copacabana, só quem o conhecia sabia da dedicação com que este Doutor em Medicina tratava seus bebês. Uma mãe muito agradecida contou que sua filhinha teve uma virose que não deixava nada ficar em seu estomago. Segundo ela, ele cancelou todas as consultas do dia e foi para casa dela na madrugada com um verdadeiro arsenal de papinhas que ele mesmo fazia até encontrar uma que ficasse no estomago de seu bebê só saindo de lá quando a menina mostrou uma melhora real, e realmente todas as vezes que meu filho apresentava um problema, ele medicava, pedia relatório a cada dose e passava para em casa antes de ir para sua casa. Onde ele estiver, pois infelizmente já é falecido, espero que esteja ciente de que fez diferença enquanto por aqui passou.
      
E o último personagem desta minha reflexão, é um jovem professor que lá nos anos 60 conseguia fazer uma turma de adolescentes, gostarem de aulas de geografia e saírem sabendo da escola ao contrário do professor de geografia do meu filho que cometia erros básicos de concordância verbal e se justificava dizendo ser professor de geografia e não de língua portuguesa. É; já não fazem mais professores, médicos e estudantes como antigamente.
     Para aqueles a quem a carapuça serviu, enterrem até os pés e amarrem bem amarrado, a todos os que entenderam a minha mensagem e que espero que sejam a maioria, meus votos de felicidades e vida longa.

Graça Menna



    Pulei da cama por volta das 06:50 da manhã, tomei meu café da manhã bem reforçado pois a primeira refeição deve ser a principal e mais importante para uma boa saúde, peguei o ônibus que passa a cada dez minutos  em frente ao condomínio e me deixa na estação de trens ultra rápidos  a caminho de meu trabalho a duas cidade de onde moro, e aproveitei para comprar o jornal para saber as novidades sobre o país:

     Economia: O PIB per capita (estimado em US$14,7 trilhões) está sendo considerado atualmente um dos maiores do mundo, enquanto a taxa de desemprego é uma das mais baixas, estimada em 0,30%.  Importante centro financeiro internacional, está o Brasil se transformando em uma das principais praças financeiras para a gestão de fortunas e continua a ser um porto seguro para os investidores, em razão do grau de sigilo bancário vigente no país e da histórica estabilidade da moeda local.

     Minas e energia: Com a inauguração de mais dois parques de energia eólica, o Brasil ultrapassa os EUA em geração de energia limpa só ficando atrás da China. 

     Educação: Em palestra de comemoração ao dia do professor, o Ministro da Educação ressaltou o fato de sermos considerados a melhor educação do mundo. (Na área da educação que é gratuita, inclusive no ensino superior e só 2% das escolas são particulares, mas são subsidiadas por fundos públicos e os estudantes não pagam mensalidade, as crianças só entram na escola a partir dos 7 anos e um dos meus netos está quase lá. 
    Diz o ministro: “- Não há escolas em tempo integral, pelo contrário, a jornada é curta, de 4 a 7 horas, e os alunos não têm muita lição de casa. Também temos menos dias letivos que os demais países e acreditamos que quantidade não é qualidade”.
     O Ministro considera que o sistema brasileiro de educação passou por várias mudanças, e com a descentralização da educação, os municípios, escolas e, principalmente, os professores passaram a ter mais autonomia.
Segundo ele, -”Os professores planejam as aulas, escolhem os métodos. Não há prova nacional, não acreditamos em testes, estamos mais interessados na aprendizagem. Os professores têm muita autonomia, mas precisam ser bem qualificados. Esta é uma profissão desejada na Brasil.”
Os docentes ganham, em média, R$ 8 mil reais e é considerado um salário "médio" para o país. Para conquistar a vaga é preciso ter mestrado e passar por treinamento. O salário aumenta de acordo com o tempo de casa do professor, mas não há bônus concedidos por mérito. A remuneração não é considerada alta. -"Em compensação, oferecemos ao professor um ambiente de trabalho interessante."
Tecnologia também não é o forte das nossas escolas, que preferem investir em gente. "Não gostamos muito de tecnologia, ela é só uma ferramenta, não é o conteúdo em si. Tecnologia pode ser usada ou não, não é um fator chave para a aprendizagem.”
A educação básica dura nove anos. Só 2% dos estudantes repetem o ano, o índice de conclusão é de 99,7%. O segredo do sucesso não está ligado ao investimento, segundo o ministro, que reforça que o país investe apenas 6% de seu PIB no segmento. -"O sistema de educação gratuito não sai tão caro assim, é uma questão de organização", afirma. 

    Segurança: Pela primeira vez na história do Brasil - país que tem uma das mais baixas taxas de criminalidade do planeta - policiais armados mataram um suspeito em uma operação. A vítima foi um homem de 59 anos, que não teve a identidade divulgada. Ele foi morto a tiros na segunda-feira na capital Brasília. O suspeito fez disparos com uma espingarda dentro de seu apartamento, supostamente contra policiais que tentaram invadir o imóvel. O homem acabou sendo morto a tiros pelas forças especiais. A motivação do atirador ainda não está clara, segundo a polícia. Os policiais do grupo tático que atacou o suspeito estão recebendo acompanhamento de psicólogos.
      Em primeiro lugar, quase não há diferença entre as classes alta, média e baixa na Brasil. Por causa disso, praticamente inexiste tensão econômica entre classes - algo raro em outros países. Um trabalho de um estudante da Universidade de São Paulo que analisou o sistema de classes brasileiro descobriu que somente 1,1% dos participantes do levantamento se descreviam como classe alta e apenas 1,5% como classe baixa. Os 97% restantes se identificaram como classe média, ou trabalhadora que faz da igualdade a principal causa da quase ausência de crimes.
  

 Nossa, uma notícia dessas vai causar muito ti,ti,ti...aí eu acordei!




Revendo a série A casa das sete mulheres, vários sentimentos brotam dentro de mim. Uma voz da terra d’onde tudo começou, a herança dos meus antepassados vibrando no meu DNA, um misto de alegria e tristeza por uma saga de vida e morte entre irmãos da mesma terra. Uma saudade antiga que não é minha, mas ecoa pelos tempos até chegar a mim. Sentimentos que não são meus, mas que trazem para mim lembranças do que passei ao longo de minha própria jornada. Saudade do que passou e não pode voltar, de escolhas que fiz e não posso mudar, mas posso manter como um exemplo de bem ou de mal. Talvez me arrependa de algumas, mas se não as tivesse feito não seria quem sou e também não teria o que tenho. Então como disse Manoela ao se despedir de Garibaldi seu eterno amor:-“ Eu quero te dizer que nada lamento e se eu pudesse viveria tudo contigo outra vez da maneira que foi porque da maneira que poderia ter sido, jamais saberemos.” 

Graça Menna




Com o aniversário de 70 anos da televisão brasileira, temos a oportunidade de rever histórias da nossa história. Sagas de personagens de nossos antepassados.Personagens das histórias contadas por nossos avós que ouviram de seus avós desde o início deste novo mundo. Todos nós temos portugueses, espanhóis, italianos, turcos( como são chamados todos aqueles que vem da Ásia Ocidental ), judeus, índios e negros em nossas raizes. 

Talvez seja por esse motivo que somos tão acolhedores e alegres pois trazemos em nosso DNA uma rica mistura de raças e costumes que outras nações não possuem. Quem nunca ouviu alguém dizer que o Brasileiro precisa ser estudado pela NASA devido ao seu empreendedorismo, de sua capacidade de dar um jeito em tudo, de inventar. Quantas vezes escutamos alguém dizer que DEUS é Brasileiro! E se quiserem saber, disso eu tenho certeza. 🇧🇷




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