Minha mãe morreu quando eu nasci e esta senhora simpática é minha avó/mãe, pois fui criada por ela. Quando eu tinha uns 12 anos ela contratou uma professora italiana de boas maneiras." É importante, afinal nunca se sabe quando vamos ser convidados para o banquete da Rainha?" Que coisa mais fora de moda não? Talvez para você que não consiga ver além de um palmo adiante do seu próprio nariz subjugado a realidade que os outros impuseram a você, às crenças limitantes herdadas dos seus antepassados, dos seus professores, do seu meio social e outros cenários dos quais você faz parte e que te afastaram da sua essência, do seu sonho, do seu eu ideal. Que visão incrível minha mãe tinha do futuro não é? Não importava quem eu era ou onde estava e sim o que eu poderia vir a ser! Quando eu era menina eu queria dar volta ao mundo, ser bailarina, trabalhar no Juqueri para saber quem realmente era louco. Nunca saí do meu país, mas fiz balé com Renée Gumiel, nunca entrei no Juqueri, mas vivo em um mundo muito louco! Enfim o que importa aqui é que as aulas de etiqueta que me obrigavam a andar alguns metros com um livro na cabeça, me ajudaram com a postura e a certeza de que não teria nunca nenhum problema em aceitar um convite viesse do meu vizinho do lado ou do Palácio de Bunckingham. Que eu poderia frequentar qualquer shopping, restaurante ou evento sem me preocupar em cometer alguma gafe coisa que poucos sabem o que é. Sou grata a minha avó/mãe que tinha uma incrível percepção de um futuro com infinitas possibilidades que cabe a cada um escolher viver! E se minha avó/mãe fosse viva com certeza não teria muita dificuldade em compreender a teoria do colapso de onda porque ela também sempre me dizia para não ter medo pois o medo atraía. Dentro da minha realidade ela foi uma estrela além do seu tempo.
Graça Menna Barreto
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